sábado, 5 de julho de 2008

Porquê tanta cegueira, ver-te-ás sempre no mesmo espelho em névoa.
As palavras já não bastam.
E algumas cresceram em mim como espinhos de sílex.

Sabes o quanto pode doer cortares-te no quartzo? Não,
Pois...

Sabes que um dia me cortei, uma gota de sangue pingou e lá ficou.
Claro que não sabes... e queres medir a minha cegueira pela tua? Ou a tua estupidez?

Sabes que só te magoam até onde deixares que te enterrem os espinhos?
Sabes sim, e há muita forma de viver uma lembrança. E as tuas são como tu - falsas.

Só se enterram, na carne e na alma, até onde deixares.

Aquilo que conheço, nem sempre gosto,
aquilo que desconheço amo, pois não sinto apenas os sinto.

Seja quem ou como fores, tenho razão em dizer que em mim não enterrarás mais nada!

Lá longe, se me enterrou um espinho na carne,
Um espinho, sempre no mesmo local, de onde o irei retirar.

Adeus...
Fizeste-o muito bem, mas os meus olhos alcançam onde não tu os vês.
Não vale a pena caminhar ao lado de alguém que nos venda os olhos...
sem vendas...

foto: PeitoPain, Anónimo

3 comentários:

menina tóxica disse...

este post é triste mas está na mesma cheio de pequenas pérolas.

'sabes que só te magoam até onde deixares que te enterrem os espinhos?'...

às vezes não controlamos nem isso.

bjinho tóxico*

A.G. disse...

é verdade... mas quando sentimos que já nos enterraram algum espinho, e dámos conta, podemos sempre dizer basta. Essa frase é independente da profundidade a que te magoam, mas quando simplesmente sentes o magoar.

É triste porque talvez seja uma pessoa muito triste que o escreve, e mais do que tudo que sente sem ainda não ter conseguido arrancar o dito "espinho" mas que acredita que o vai ainda poder fazer, espero que ela consiga porque senão serei uma pessoa triste sem que o que me alegram o vejam.

beijos

menina tóxica disse...

pelo menos a nossa 'cura' podemos sempre controlar ;)*